sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ah! Vê o Extra!


"Ah! Vê o Extra!!!" Como assim vê o Extra? Antes, pelo menos, se esperava que os jornais fossem lidos!!! "Leia O Globo." Agora, a empresa parece ter focos bem diferentes com os dois jornais e isso também se traduz no slogan. Agora eles fazem um jornal pra ver, outro pra ler. O que será que isso significa politicamente?
Sabemos que com o crescimento da classe C, a Globo resolveu reconhecer esta nova grande classe como alvo de sua programação. Ivana Bentes e outros que assisti em workshops, já atentaram para este fato. Agora tem Malhação na favela, tem o Esquenta da Regina Casé com bandas populares, tem novela para supostamente homenagear as empregadas domésticas...
Enfim, as organizações Globo se renderam à classe C como mercado consumidor de seus produtos.  Enquanto o jornal o Globo, que tem como público-alvo as classes mais altas, pode e deve ser lido, o mesmo não se espera do jornal Extra,  voltado às classes “populares”. Fiquei intrigada pensando nisso... “Vê o Extra!”. O que isso significa, afinal? Para começo de conversa, usando o português correto, não seria “Veja o Extra?” Por acaso eles dizem “Lê o Globo (aí mano!)”.  Bom, se é pra “vê” o Extra, será que é para ver as figuras? As fotos? Será que um jornal em formato de quadrinhos, com animações e pequenos balões de texto, apenas?
O que se pretende com isso? Um jornal para analfabetos? Para analfabetos funcionais? Uma espécie de cinema mudo estagnado, porque se acredita que vendo as figuras se entende a história? Será que se pretende infantilizar uma classe social? Será que se espera pouco dessas pessoas, em termos de construção de pensamento, reflexão e opinião? Mais do que se espera, será que se deseja que fiquem resignadas em VER um jornal?
Pensei que isto pode ser fruto de nosso tempo, de nossa cultura contemporânea do imediatismo, dos bancos de 30 horas, das refeições de fast food, das academias de 30 minutos... mas então, porque  O Globo deve ser lido?
Ah! Já sei!!! (Grande inshigt neste momento...) Porque esta classe sim é formadora de opinião (classe média adora essa expressão!!!) E não é qualquer opinião! É a opinião que convém que uma classe dominante tenha!  Ou de que maneira poderíamos manter o satus quo entre dominados e dominantes? Eureca!!  Mas as coisas sempre foram assim, não? Então, o que mudou?
Pelo visto, as políticas de governo inclusivas (muito graças aos programas sociais que a galera que LÊ O Globo vive criticando ao dizer que Bolsa Família é pra dar dinheiro pra vagabundo e outros despautérios de quem nunca LEU nada que preste a respeito de política pública e acha que O Globo e VEJA são grandes e profundas fontes de leitura formadoras de opinião) que sabidamente tiraram milhões de pessoas da miséria absoluta, formaram esse inchaço significativo da classe C, que agora pode consumir e PASMEM... pode ter VOZ e não apenas VOTO. E pode ter um voto mais consciente e não trocá-lo por um saco de cimento. Eles podem comprar seu próprio cimento! Só que isso incomoda.  Traz consequências.  É melhor agora dar-lhes visibilidade social, puxar-lhes o saco, lhes fazer acreditar  os acham importantes mas sempre os mantendo apenas vendo as figuras: de preferência figuras de mulheres peladas, atrocidades bizarras (redundância proposital) e atrizes principais da novela do momento. Mais entretenimento do que cultura. Mais sensacionalismo do que informação. "Porque pra pobre basta". Esse é o conceito de “Vê o Extra!”

Assumindo novas formas

Após muito tempo com foco em outras coisas, resolvi voltar a escrever o blog. Esta sou eu. Militante. Questionadora. Escritora. Percebi que as postagens sempre seguiam uma tendência a debater questões políticas. Então decidi assumir que as questões políticas me movem, definitivamente. Ora, porque não deixar apenas as postagens que se relacionam mais diretamente a esta temática e mudar o nome do Blog? Acredito realmente que todo ato é político! E vamos que vamos! Cada um milita como pode, como quer e como sabe! O importante é fazê-lo!

domingo, 4 de abril de 2010

O petróleo é do Rio!

Tem um tempinho que estou querendo escrever sobre umas coisas que considero muito sérias e portanto, ainda não deu tempo devido ao cuidado que se tem que ter pra tratar certos assuntos e devido a essa correria da vida, que começa mesmo em março...
Um desses assuntos é, certamente, a polêmica que gira em torno da grande questão: afinal, de quem é o petróleo? É claro que o petróleo é nosso, é do Brasil, está em solo brasileiro, ou bem abaixo dele....Mas a questão é complicada, mais do que aparenta ser.
Essa argumentação de que o petróleo é, antes de tudo, riqueza nacional e indispensável para a economia do país é a mais pura verdade, mas perde a validade na medida em que não nos valemos do mesmo argumento para todas as outras atividades econômicas que geram fundos no Brasil. O Rio, assim como outros estados como o Espírito Santo, há tempos conta com as receitas da exploração do petróleo no estado para sua própria economia. Há todo um contexto de investimento, de aplicação de recursos, de utilização de mão de obra, de geração de empregos, de capacitação e treinamento.... enfim, da participação deste setor na economia estadual. Os recursos daí provenientes, podem então ser aplicados como verbas no estado. Sempre foi assim, ou assim tem sido faz muito tempo. E é natural que o seja. Natural e justo.
Antes da descoberta do pré-sal não surgiam polêmicas quanto à esta questão. Não havia um movimento dos outros estados de questionar isso, que parecia a ordem natural das coisas. E porquê agora seria diferente? Entretanto, o projeto de lei que anda tramitando do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), não prevê uma divisão dos royalties do petróleo do pré-sal para todos os estados brasileiros, mas de todo o petróleo...deste que sempre foi do Rio...que gera verba para rodar a folha de pagamento da educação, por exemplo.
Antes de propor qualquer argumento contrário a tal projeto, não posso esquivar-me a reconhecer uma espécie de ridículo em torno do mesmo. Me impressiona.... A meu ver é tão sem pé nem cabeça, é tão escandalosamente parcial, oportunista e indubitavelmente injusto, que me chama atenção a materialidade da proposta e o risco real de que saia vitoriosa. Sob uma argumentação dessas? Fraca e pouco fundamentada. Era melhor não vestir a máscara da hipocrisia e gritar logo textualmente: "Ei! Queremos uma fatia desse bolo!!!"
Veja bem, não se leva em consideração dividir os rendimentos de tantos outros setores da economia que muitas vezes constituem o sustentáculo principal no estado em que estão instalados. Queremos então, em contrapartida, um pouquinho do que ganha o grande pólo industrial de São Paulo, um pedacinho do que vem com a zona franca de Manaus, com o que é gerado a partir dos recursos naturais da Amazônia, com a agropecuária na região centro-oeste, e porque não com o turismo no Nordeste? Queremos tudo! Um pedacinho que seja! Qualquer parte! E queremos para nós, cariocas, e não para a União, o que seria certamente diferente. E não queremos saber como vai ficar a saúde ou a educação para os amazonenses...o que nos interessa? Pouco importa se estes estados recebem incentivos fiscais, se reinvestem esses royalties para sua própria população que participa ativamente com seu trabalho e consumo no processo de produção! Será que vale o argumento de que temos aqui a sétima maravilha do mundo? Que vamos sediar olimpíadas? Que fazemos do Brasil, antes de qualquer outra cidade brasileira, um país conhecido internacionalmente, mesmo que seja por nosso turismo sexual? Será que não é bastante graças a nós que os níveis de exportação de produtos brasileiros que hoje temos se tornou possível?
Claro que estou usando de ironia para evidenciar o que está na frente de nossos olhos: o absurdo que representa essa proposta. Levá-la adiante seria enfraquecer a legitimidade e a autonomia das federações, implicaria uma centralização de poder, e faria perder o sentido a própria organização política estruturada como é hoje.
Os cariocas só querem o que já lhes pertence. E dos outros estados, querem apenas ser bem recebidos em férias e se deliciar com acarajés, patos no tucupi, pães de queijo... e chimarrões da terra do deputado em questão. E a ele, o que podemos oferecer é nossa hospitalidade, biscoito Globo e no máximo um show de mulatas ou um camarote na Sapucaí. E nem sei se ele merece tanto.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Adotar uma criança haitiana?

Gente, li no jornal Destak do dia 26 de janeiro de 2010 ( eu sei, tem um tempinho já...) uma coluna do Fábio Santos sobre esta questão: adotar ou não uma criança do Haiti. Gostei muito e achei que valia a pena comentar.
A questão central que o Fábio coloca, aliás com muito pertinência, é porque será que as pessoas entraram nessa de adotar uma criança do Haiti após o terrível terremoto deste ano. Olhando de relance nos parece mais do que justo, podendo até ser considerado um nobre gesto, mas ele nos questiona: porque não adotar uma criança brasileira? Porque se compadecer do sofrimento dos que moram longe e não se compadecer dos que sofrem à sua porta, no seu próprio país? Será que haveria uma prioridade de necessidade de adoção das crianças de lá e não daqui?
Fábio levanta que os argumentos mais ouvidos por aí dizem respeito à situação traumática dessas crianças que perderam tudo e todos, mas será que ser afastado de sua cultura e ter que aprender uma nova língua e ser afastado de tudo e todos que sempre conheceu para ser lançado num novo mundo totalmente desconhecido é a solução?
Fábio nos indaga se toda esta situação é pior do que a fome, a sede, o abandono das crianças brasileiras, destinadas à orfandade e a miséria.
A resposta para a questão do Fábio me parece residir em um aspecto específico: a razão pela qual adotar uma criança haitiana ou brasileira, não passa pelo fato desta criança estar vivendo em miséria absoluta. Afinal, todos sabemos que o Haiti é um país pobre com miséria extrema, e nem por isso as pessoas pensaram em adotar uma criança haitiana por esta razão. Gil e Caetano já diziam: "O Haiti é aqui", denunciando nossas semelhanças com eles. Mas isso nunca foi razão suficiente.
Ninguém tá nem aí se as crianças passam fome, aqui ou no Haiti. A preocupação vem de uma perversa duplicidade: de uma identificação com as vítimas de um desastre natural, que não escolhe vítimas por cor ou classe social, o que nos leva a um se dar conta de nossa própria finitude e fragilidade e me arrisco a afirmar, um status proveniente do modismo de adotar crianças de países menores e sofridos, visto os exemplos de Madonna e Angelina Jolie.
Espero que essa mentalidade possa mudar ou a indiferença com a pobreza e o sofrimento alheio dela decorrente continuarão trazendo consequências sérias para a nossa sociedade, como a perpetuação de uma lógica discriminatória contra crianças pobres e principalmente negras que continuam orfãs de pai, de mãe e de pátria.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Polícia no DF

Outro dia fiquei pasma assistindo uma matéria na TV sobre a truculência da polícia no DF. Esperei uns dias pra me recompor e mesmo assim este espaço certamente não será suficiente para comentar, afinal, há situações que devem ser conversadas, pessoalmente, e para isso, as tecnologias não dão conta. Mas vamos deixar as tecnologias para outro dia.

A polícia do DF é a mais bem paga do país e isso torna o quadro ainda mais assustador. Muitas pessoas inteligentes e outras nem tanto, alegam que os baixos salários da polícia aqui no Rio e em outros lugares contribui para o que vivemos hoje: uma polícia corruptível, violenta, despreparada. Sim. Acredito que contribua, mas tenhamos cuidado com essas afirmações vazias e superficiais.

Esta matéria ilustra bem que o buraco é mais embaixo. Como a polícia mais bem paga pode ser a mais truculenta? Isso não iria contra os argumentos que estamos exaustos de ouvir e repetir? Será que é o contrário? Acho que isso nos ajuda a ver o que há de político nisso tudo. A força policial, bem sabemos, não está aqui para servir à comunidade e ajudar velhinhas indefesas. Sua função social é de manter a ordem. Ordem e progresso! Diz a bandeira. Choque de ordem! Diz o prefeito.
Mais do que regular costumes sociais, a polícia, o discurso da impunidade e os palanques sobre a questão da segurança pública, pretendem exercer um controle social sobre os costumes, e não só sobre eles. E não deve ser à toa que o fazem muito bem no DF, ainda mais em Brasília.
Vi cenas da polícia reprimindo - sim, a palavra é essa - reprimindo manifestações estudantis em Brasília com uso de violência. Eu digo de novo: violência é o nome e não truculência. Parece que a TV quer ser gentil com a polícia ou também tem medo de levar porrada, e diz que são truculentos. Se fossem "bandidos", "marginais", como diz a polícia, certamente os nomeariam como violentos. Mas a polícia quando pratica algum crime (enquanto instutuição, de farda e tudo. não estou falando de casos isolados praticados por policiais), não é considerada marginal.

Voltando ao controle social, a repressao sofrida por esses estudantes é antes de tudo política. É um cala a boca. Parece que voltamos ao golpe militar. ou melhor, não parece, porque hoje as pessoas praticamente não fazem manifestações e o que reivindicam não é tanto quanto antigamente...pode ser só um reitor corrupto ou algum figurão do planalto central. As lutas são outras mas a porrada continua e hoje é mais efetiva porque cala as bocas e cessa os pensamentos. Então, seguimos como marionetes nas paisagens urbanas, tendo medo dos meninos pobres, acreditamos que a ameaça vem dali. Pedimos policiamento nas ruas, prisão, segurança pública. Acreditamos que a punição é o melhor remédio. Execramos os que erram, somos inflexiveis e como os cavalos permitimos que nos botem ferraduras para dançarmos conforme a música e antolhos para não vermos o que querem esconder.
Ainda bem que ainda não acreditamos nessa lógica da punição dentro de casa ne? Ou vamos deixar de educar, amar, assistir, respaldar e acolher nossos filhos quando erram e tratá-los com práticas punitivas? Cinto? Chinelo?
É importante a gente falar sobre isso e pensar sobre isso....Choque de ordem? Câmeras de monitoramento nas ruas? Será essa a solução para o mal estar que vivemos nos dias de hoje??

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Trem Fantasma

Ao comentar sobre o trem da Supervia aqui no RJ, que correu de portas abertas por 4 estações sem maquinista e para ser freado precisou que se desligasse toda a energia elétrica, ouvi várias opiniões do quão absurda é tal situação, mas o comentário que mais me chamou atenção foi de uma empregada doméstica que mora em Nova Iguaçu e conhece bem e há muitos carnavais o "trem da central". Ela afirma veementemente que é tudo uma mentira. "Claro que não aconteceu isso!!! Impossível! Só se for um trem fantasma!!!".
No início da conversa fiquei um tanto estarrecida com a convicção de sua afirmação. Cheguei até e ficar um pouco irritada, mas depois de um tempo compreendi, que para ela, é uma coisa tão sem sentido, tão da ordem do impossível, que fica realmente difícil de acreditar...
Ouvi o Boechat comentar o assunto no radio e, como é de costume, sinto uma espécie de prazer sádico ouvindo ele falar....ele fala com tanta propriedade e coragem, fala o que tem que ser dito e pra quem tem que ser dito que me adoça a boca o fio de palavras duras que dirige ao governador, e outros ilustres senhores (ir)responsáveis pela situação caótica do nosso transporte público. Minha sensação era de déjà vú...parecia que aquelas palavras estavam sendo roubadas da minha cabeça! Após o triste pronunciamento do governador, que perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado, pensei comigo: Nossa, quanta bobagem! Foi exatamente o que o Boechat disse, e seguiu dizendo muitos e bons desaforos que o governador precisa ouvir!
Francamente! Que seja melhor acessorado da próxima vez que tiver que comentar assuntos sérios como este!
Nota 10 pro Boechat, como sempre! Adoroooo!
Nota -10 pra Supervia, pro secretário de transportes e pro governador!
E que este Trem Fantasma não volte a nos assombrar!!!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Joga pedra na Geni

Mais de um mês se passou e eu protelei o que pude para divulgar o blog e começar de fato a escrever. Acredito que isso se deva ao fato de uma espécie de preguiça mesmo. Muitas coisas interessantes acontecendo sobre as quais eu gostaria de escrever, mas coisas polêmicas ou absurdas. Acontecimentos que mobilizam a gente....é mais difícil falar sobre eles...
Após essa breve confissão, penso que o assunto mais em voga para mim nos últimos dias, diz respeito à aluna expulsa da faculdade devido ao vestido "curto" que usou no primeiro dia de aula. Após ser execrada pela comunidade acadêmica por suas preferências pessoais para vestir, ela acabou sendo expulsa.
Esse acontecimento, ao meu ver, não difere muito da tal professora, que semanas atrás perdeu o emprego por dançar sensualmente, para alguns e vulgarmente para outros, num baile funk.
Os dois casos me chamaram muita atenção, principalmente no que se refere à opinião pública quanto às moças em questão.
Muitos amigos meus, inclusive pessoas sensatas ao meu ver, acharam perfeitamente justificável a condenação pública dessas mulheres, o que me deixa sinceramente preocupada...eu diria, perturbada.
Em primeiro lugar, é certamente uma hipocrisia, que no Brasil uma mulher seja condenada pelo livre (nem tão livre assim) exercício de sua sexualidade. Ora, não é essa mesma sociedade do culto ao corpo, dos corpos sarados, malhados, exibidos nos dias de calor, nas academias e praias litorâneas? Não são essas mesmas as pessoas que diariamente fuçam a internet em busca de flagras das calcinhas de fora entre as famosas descuidadas, entre as "gostosas" de plantão? Porque se deseja ver a calcinha ou o corpo nu da ex BBB Priscila ou da Nana Gouvea, mas uma pessoa comum não pode dançar no baile funk mostrando sua calcinha?
Me parece no mínimo contraditório. E os argumentos, mais furados, impossivel! A argumentação de que a moça é professora de criancinhas então! Como se todas as professoras do mundo não tivessem sexualidade e não a exercessem à sua própria maneira em seu tempo livre!
Ainda bem que não podemos entrar no quarto das professoras de nossos filhos, ou certamente veríamos coisas terríveis! Essas coisas que nós mesmos fazemos em nossas camas e em outras camas vida a fora....
A estudante então, nem se fala! Agora vamos começar a colocar a culpa nas saias! Se usa saia curta, é piranha! Ai ai ai....tantas mulheres que poderiam perfeitamente se encaixar, até mais adequadamente, no esteriótipo de piranha por aí, e nem usam saia! Penso por exemplo em muitas mulheres de classe alta que fazem testes de sofá, tem caso com superiores e tudo mais, visando uma promoção no trabalho...Agora, sejamos cuidadosos, senão vamos voltar para trás e justificar casos de estupro e abuso sexual por aquela colocação que já esteve na moda: "Mas ela estava de saia curta!". Assim, a vítima é culpabilizada pelo que aconteceu.... E francamente! Quem nunca usou uma saia curta que atire pedra na Geni! Quem nunca "pegou" uma menina de saia curta que faça esse julgamento, quem não ouviu funk com todos os seus "senta senta" que se pronuncie!
Uma sociedade que, ao mesmo tempo, diz promover uma liberação, um acesso fácil ao gozo, ao prazer, mas também exerce um controle social enorme sobre nós dizendo como devemos nos vestir, como deve ser nosso corpo...e ainda acham que a culpa é da coitada da menina, que vive nesta sociedade, feita por todos nós, e não em Marte...
Daqui um tempo na faculdade não poderá entrar cabelo vermelho, roupa de bolinha, e qualquer bola da vez que a sociedade resolva execrar. Em breve, estaremos matriculando as crianças apenas em escolas de freira, para ter certeza que as professoras não sejam mal exemplo, não exerçam sua sexualidade de modo algum. E nós? Seremos mal exemplo? Desistiremos de nossa vida sexual? Ou fingiremos que não fazemos essas coisas?
Há muito mais o que dizer do assunto, mas vou ficar por aqui hoje.
Abraços.